quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Grécia não pode excluir confronto no contato com a União Europeia

10/2/2015, Ekathimerini, Atenas
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Entreouvido na Ladeira do Pinico na Vila Vudu:
As frases do postado abaixo soam estranhas, porque parece que todos insistem em oferecer “ajuda” à Grécia, e a Grécia diz que não aceitará “ajuda”.
Na verdade, ninguém, dos que oferecem “ajuda”, tem qualquer interesse em ajudar a Grécia ou os gregos.

Trata-se de banqueiros e organizações como FMI e Banco Central Europeu e a União Europeia (a “Troika”) – que sãobanqueiros – que insistem em que a Grécia aceite receber e assuma, como dívida sua, o dinheiro que virá de alguns banqueiros, para que o país apenas o transfira, conta a conta, aos bancos credores, acrescidos de juros, é claro.

Para garantir que essa “operação” seja lucrativa e que o dinheiro do “resgate” não seja usado para nenhuma finalidade que interesse à Grécia, os mesmos banqueiros exigem as tais MEDIDAS DE ARROCHO geral, que a imprensa-empresa chama de medidas de “austeridade”, o que as medidas não são.

A dívida grega AUMENTOU cada vez que o país aceitou as “parcelas” anteriores do “resgate”.

Por isso é que, com toda a razão, o Ministro Varoufakis só faz repetir que a Grécia NÃO ACEITARÁ porcaria de “ajuda” nem de “resgate” nenhum (e os banqueiros insistem em que a Grécia teria de aceitar mais empréstimos, porque querem, porque querem, porque querem... “ajudar”, “resgatar”, “salvar”... porque são bons e generosos banqueiros...).


O Ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis (esq.) cumprimenta o Primeiro-Ministro Alexis Tsipras, antes da votação que garantiu o voto de confiança ao novo governo grego, em Atenas, na 3ª-feira (10/2/2015). 

A Grécia não está procurando conflito ou confronto com os parceiros europeus, mas não pode excluí-los – disse o ministro de Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, na véspera de uma reunião crucial dos Ministros de Finanças da Eurozona, para discutir o futuro do país.

Em tom firme, falando ao Parlamento, antes da votação do voto de confiança ao novo governo, na 3ª-feira (10/2/2015), Yanis Varoufakis falou com entusiasmo do início do período pós-resgate para a Grécia, e preparou o terreno para um possível confronto entre Atenas e seus credores.

Quem não considere a possibilidade de confronto ou conflito, não está negociando
Não estamos procurando o confronto. Mas quem exclua qualquer possibilidade de confronto não negocia – disse Varoufakis, para aplausos dos deputados gregos.

O governo grego de esquerda diz que não tem intenção de pedir à União Europeia e ao FMI qualquer extensão do resgate de 240 bilhões de euros – que expira dia 28/2/2015, e quer reverter o que chamou de “cruel austeridade”.

Varoufakis propôs uma transição de seis meses, durante os quais os gregos querem poder emitir mais bônus de curto-prazo do Tesouro grego; administrar um superávit primário menor no orçamento; e receber juros sobre os bônus gregos em poder do Banco Central Europeu.

Varoufakis disse que acredita que se chegará a algum acordo com os parceiros da Grécia, mas reiterou que o governo não aceitará parte alguma do “resgate” que aumentou a dívida do país. Disse que 30% do programa de “ajuda” é “tóxico” e que a Grécia planeja rejeitá-lo.

Que percentagem do resgate a Grécia aceita? – perguntou o ministro grego. –Zero. Zero por cento. Não aceitaremos nenhuma, nem uma, que seja, condição, que aprofunde o sofrimento e a crise, que aumente a porcentagem da dívida.

Os credores da Eurozona liderados pela Alemanha, principal pagador do bloco, querem ver antes um firme comprometimento com um programa de reforma econômica que incorpore as políticas já aceitas antes pelo governo dos conservadores, alijado do poder nas recentes eleições gregas.

Hoje, 3ª-feira (10/2/2015), mais cedo, o Ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, disse que esperava ouvir algo que aproximasse a Grécia e o Eurogroup, e que se a Grécia não quer novo programa de ajuda, “então, que seja” [Reuters].

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