segunda-feira, 6 de outubro de 2014

E agora, senhoras e senhores... A “Guerra ao Ebola” de Obama!

5/10/2014, [*] F. William EngdahlNew Eastern Outlook
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Para presidente Prêmio Nobel, Barack Obama parece destinado a entrar para os livros de história como o presidente que comandou a mais agressiva sequência de guerras jamais feitas por qualquer governo dos EUA. Nem George Bush e Dick Cheney sequer se aproximam de Obama.


EBOLA e OBAMA
Primeiro, antes até de a tinta do diploma do Prêmio Nobel ter secado, Obama anunciou seu “surge” [avançada] no Afeganistão; e jogou lá, naquela parte já destruída do mundo, mais 30 mil soldados dos EUA. Depois, foi a guerra de Obama contra Gaddafi da Líbia, seguida, em rápida sequência, da guerra de Obama para tentar derrubar o presidente Bashar al Assad da Síria. Depois, veio a guerra de Obama “pela democracia na Ucrânia”, também conhecida como tentativa de Obama de provocar a Rússia e arrastá-la para nova guerra de confrontação com a OTAN, com Obama apoiando uma gangue de oligarcas ucranianos, criminosos de vários tipos e assumidos neonazistas de Kiev. Em julho desse ano, o governo de Obama já tentava empurrar o próprio Obama para tentar um segundo ataque, com o objetivo de devolver a Síria à Idade da Pedra, supostamente para destruir o ISIS/ISIL, seita de sunitas jihadistas enlouquecidos que há quem diga que opera em íntima associação com aCIA e a inteligência israelense.

Agora, os conselheiros de Obama, sem dúvida arrastados por Susan Rice, Conselheira de Segurança Nacional e sempre sedenta de sangue, já lá estão, acenando com nova guerra. Dessa vez, é a Guerra Contra o Ebola. Dia 16 de setembro de 2014, o presidente Obama declarou, ele mesmo, solenemente, sua nova guerra. Anunciou, para surpresa da maioria dos cidadãos ainda sãos, que ordenara o deslocamento para a África, de 3 mil soldados dos EUA, ditos “coturnos em solo”, que até o Pentágono recusou-se mandar para a Síria, para que deem guerra sem trégua... a um vírus?!

Em aparição cuidadosamente encenada no Centro para Controle de Doenças dos EUA [orig. US Centers for Disease Control (CDC)], Obama leu um discurso de gelar os ossos. Chamou seu suposto surto de um vírus ebola na África Ocidental de

(...) ameaça global, que exige resposta verdadeiramente global. É uma epidemia que não é só ameaça à segurança regional. É ameaça potencial à segurança global, se aqueles países pararem, se a economia daqueles países parar, se o povo entrar em pânico – continuou Obama, conjurando imagens que fariam empalidecer de inveja Michael Chrischton, romancista autor de O Enigma de Andrômeda.

E Obama acrescentou que

(...) tudo isso tem efeitos profundos sobre nós, mesmo que não estejamos contraindo diretamente a doença. O surto já está escapando de qualquer controle

Assista a seguir o discurso completo:


Com essa introdução de arrepiar, o presidente da maior potência do planeta anunciou sua resposta. Em seu papel de comandante-em-chefe dos EUA, anunciou que ordenara o envio de 3 mil soldados dos EUA para a África Ocidental, no que chamou de “maior resposta internacional na história do Centro de Controle de Doenças dos EUA”. Não esclareceu se os soldados partem com a missão de meter uma bala na testa do vírus onde quer que apareça, ou se a bala tomará o rumo da testa de quantos africanos desarmados e doentes apareçam, suspeitos de ter ebola. Absolutamente não faz diferença alguma o fato conhecido de que não há no exército dos EUA nem perto de 3 mil soldados com treinamento para ações de saúde pública. 


Antes de todos nós entrarmos em pânico e correr a tomar os milhões de doses de “vacinas anti-ebola” não testadas e já reconhecidamente muito perigosas, e com as majors da indústria farmacêutica preparando-se para enganar o mercado, vale a pena conhecer algumas peculiaridades desse surto de ebola na África.


Mortes comprovadas, por ebola?

A Organização Mundial da Saúde, representada pela diretora, Dra. Margaret Chan, em conferência de imprensa dia 13/9/2014, soou o alarme, alertando que o ebola estava ficando fora de controle na África Ocidental.

Nos três países mais duramente atingidos, Guiné, Libéria e Serra Leoa, o número de novos pacientes cresce mais depressa que a capacidade de administrá-los, disse Chan.

A OMS diz que quase metade dos 301 cuidadores que trataram de pacientes suspeitos de ter ebola já morreram, e que 2.400 pessoas, dos 4.784 casos na África morreram de Ebola. Dia 8 de agosto de 2014, Chan declarou que

(...) a situação do ebola na África seria “Emergência para Atenção Internacional de Saúde Pública”, que ainda não se sabe o que exatamente significaria.

Um dos principais problemas para a Dra. Chan e seus apoiadores, porém, é que as estatísticas do ebola são muito, muito duvidosas.

Dra. Margaret Chan - OMS
Para os que tenham memória fraca, trata-se da mesma Dra. Margaret Chan da OMS em Genebra que foi considerada culpada, em 2009, de tentar empurrar o mundo, em pânico, a tomar vacinas ainda não devidamente testadas contra a influenza “Febre Suína”, quando declarou que haveria uma Pandemia Global, servindo-se de estatísticas que consideravam como “Febre Suína” todos os casos de resfriado comum, com sintomas como secreção nasal, tosse, espirros e dor de garganta. Que alterou a definição da OMS para Febre Suína, de modo a permitir que a doença fosse declarada pandêmica. Foi fraude grave, crime, o que Chan fez, sabendo ou não o que fazia (é possível que ela seja apenas estúpida, mas há provas que sugerem outra via), trabalhando a favor das majors norte-americanas e europeias do cartel da indústria farmacêutica.

Artigo recente do Washington Post admitiu que 69% de todos os casos de ebola que a OMS registrou na Libéria não têm confirmação laboratorial por exame de sangue. A Libéria é o epicentro do alarme para ebola no oeste da África. Mais da metade das mortes supostas por ebola, 1.224, e quase metade do total de casos, 2.046, aconteceram na Libéria, diz a OMS. E o teste diagnóstico da FDA dos EUA usado para confirmação do ebola é tão cheio de falhas, que a própria FDA proibiu que se diga que o teste seria seguro ou efetivo. Isso significa que proporção significativa dos restantes 31% dos casos de ebola com confirmação laboratorial por exame de sangue podem ser falsos positivos.

Em resumo, não se sabe com segurança do que morreram recentemente 1.224 liberianos. Mas a OMS diz que morreram de ebola. Observe-se que os países afetados pelo alarme do ebola estão entre os mais pobres e mais dilacerados por guerras em todo o planeta. São guerras pelos diamantes e guerras genocidas colonialistas, que deixaram na sua trilha populações mal nutridas e devastadas.

Infográfico da OMS atualizado até 18/9/2014

A página oficial da OMS sobre o ebola, de setembro de 2014, que agora rebatizou o ebola como “EVD” (de Ebola Virus Disease, ing.; ou “Doença Viral do Ebola”, talvez, em port., DVE) diz:

O primeiro surto de EVD aconteceu em vilas remotas da África Central, próximas de florestas tropicais; mas o surto mais recente no oeste da África envolveu tanto áreas urbanas como áreas rurais (…).

A OMS observa também que:

Supõe-se que morcegos de frutas, da família dos Pteropodidae, sejam hospedeiros naturais do vírus ebola. A doença do ebola é introduzida na população humana mediante contato próximo com sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos de animais infectados, como chimpanzés, gorilas, morcegos de frutas, macacos, o antílope da floresta e porcos-espinhos encontrados doentes ou mortos na floresta tropical.

Na sequência, a página oficial da OMS sobre o ebola, de setembro de 2014, diz:

Pode ser difícil distinguir a EVD de outras doenças infecciosas como malária, febre tifoide e meningite.

Com licença, Dra. Margaret Chan. A senhora pode, por favor, repetir devagar? Pode ser difícil distinguir a Doença Viral Ebola de outras doenças infecciosas como malária, febre tifóide e meningite? E a senhora admite que 69% dos casos declarados jamais foram submetidos a exames de sangue adequados? E a senhora diz que os sintomas do ebola incluem

(...) surtos repentinos de fadiga, febre, dores musculares, dores de cabeça e de garganta. Seguidos de vômitos, diarreia, erupções cutâneas, sintomas de comprometimento das funções hepática e renal e, em alguns casos, sangramentos internos e externos?

Para resumir: o que rapidamente se constata é que a nova Guerra de Obama ao Ebola baseia-se em “informes” os mais vagos e sem qualquer comprovação.

Guerra ao ebola, ou guerra por petróleo?

"Coincidentemente" a região do EBOLA é a mesma das reservas de PETRÓLEO da África Ocidental
(clique na imagem para aumentar)
Aspecto que chama a atenção nessa repentina preocupação do presidente dos EUA pela situação na Libéria e em outros estados do oeste da África, nos quais há supostos surtos de ebola, é que em todos eles há volumes gigantes de petróleo e gás intocados.

A questão do petróleo no oeste da África, sobretudo nas águas do Golfo da Guiné é cada vez mais estratégica para a China (que vasculha o mundo à procura de fontes futuras e seguras para importação de petróleo) e para os EUA, cuja geopolítica para o petróleo foi já bem sintetizada pelo então secretário de Estado Henry Kissinger nos anos 1970s:

Se você controla o petróleo, você controla nações inteiras.

O governo Obama e a política do Pentágono deram prosseguimento ao que fez George W. Bush que, em 2008, criou o Comando Militar dos EUA para a África, AFRICOM, para enfrentar a presença econômica crescente dos chineses nos países africanos potencialmente ricos em petróleo. A África Ocidental é um tesouro que se vai descobrindo rapidamente, em petróleo ainda não explorado. Estudo do Departamento de Energia dos EUA projetou que a produção de petróleo na África aumentaria 91% entre os anos 2002 e 2025, e grande parte disso exatamente na região onde há hoje o alarme sobre o ebola.

Há empresas chinesas de petróleo por toda a África e são cada vez mais ativas na África Ocidental, especialmente em Angola, Sudão e Guiné. Guiné é o epicentro para onde estão sendo mandadas as tropas para a nova Guerra ao Ebola de Obama.

Cuba envia AGENTES DE SAÚDE para combater EBOLA
Se o presidente dos EUA estivesse sendo sincero quanto à preocupação com enfrentar uma emergência de saúde pública, poderia ter recolhido ótima lição do exemplo de uma nação que os EUA declaram pária: Cuba.

A Reuters noticia que o governo cubano, financeiramente sobrecarregado, sob o peso de sanções econômicas, e nação-ilha de 11 milhões de habitantes, com orçamento nacional de US$ 50 bilhões e PIB per capita de pouco mais de US$ 10 mil, está enviando 165 agentes de saúde e pessoal médico para a África, para regiões onde há surtos de ebola.

E Washington manda 3.000 soldados?!

Alguma coisa já começa a cheirar muito podre em toda essa “questão EBOLA”.
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[*] Frederick William Engdahl é jornalista, conferencista e consultor para riscos estratégicos. É graduado em política pela Princeton University; autor consagrado e especialista em questõesenergéticas e geopolítica da revista online New Eastern Outlook.
Nascido em Minneapolis, Minnesota, Estados Unidos, é filho de F. William Engdahl e Ruth Aalund (nascida Rishoff). F.W. Engdahl cresceu no Texas, e depois de se formar em engenharia e jurisprudência naPrinceton University em 1966 (bacharelado), e pós-graduação em economia comparativa da University of Stockholm 1969-1970. Trabalhou como economista e jornalista free-lance em Nova York e na Europa. Começou a escrever sobre política do petróleo, com o primeiro choque do petróleo na década de 1970. Tem sido colaborador de longa data do movimento LaRouche.
Seu primeiro livro foi A Century of War: Anglo-American Oil Politics and the New World Order, onde discute os papéis de Zbigniew Brzezinski, de George Ball e dos EUA na derrubada do xá do Irã em 1979, que se destinava a manipular os preços do petróleo e impedir a expansão soviética. Engdahl afirma que Brzezinski e Ball usaram o modelo de balcanização do mundo islâmico proposto por Bernard Lewis.Em 2007, completou seu livro Seeds of Destruction: The Hidden Agenda of Genetic Manipulation. Seu último livro foi: Gods of Money: Wall Street and the Death of the American Century (2010).
Engdahl é autor frequente do sítio do Centre for Research on Globalization. É casado desde 1987 e vive há mais de duas décadas perto de Frankfurt am Main, na Alemanha.

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