segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Pequim, 2013: Começa sessão plenária histórica

10/11/2013, Li Yang, China Daily [de Pequim]
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

“Os riscos do novo projeto de reformas estão em como os reformadores chineses farão a luta contra grupos de interesses que gozam de privilégios, nos sistemas de mercado capitalistas atuais e conhecidos” (Zhu Lijia)

Multidões visitam a Praça Tian'anmen, para participar da atmosfera da 3ª Reunião Plenária da 18ª Sessão do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, aberta em Pequim, ontem. Cui Jiani e a família, da província de Hebei, posam para fotos em frente à tela LED gigante que mostra as realizações da China desde o início da política de reformas e abertura. Essa política histórica foi adotada na 3ª Reunião Plenária da 11ª Sessão do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, em 1978 [Foto: Xu Jingxing, China Daily]
Delegados dos mais altos níveis de decisão da política chinesa estão em Pequim para reunião de quatro dias, iniciada no sábado, avaliada como reunião histórica do Partido Comunista Chinês (PCC).

Com os dirigentes chineses prometendo “agenda ampla”, a 3ª Reunião Plenária da 18ª Sessão do Comitê Central do Partido Comunista Chinês deve resultar, dia 12/11, em decisões que cobrem praticamente todos os aspectos da reforma e do desenvolvimento do país.

Não houve fanfarra nem cobertura ao vivo pela rede nacional de televisão e os eventos da reunião serão informados [à imprensa-empresa ocidental].

Mas, dentro da reunião, as expectativas são altas – de opiniões que se leem nos órgãos oficiais do PCC, ao que se lê em blogs individuais pela Internet, de “dicas” distribuídas pelos altos dirigentes, a pesquisas publicadas por centros de estudo e think tanks chineses de alto nível.

Yu Zhengsheng
Yu Zhengsheng, presidente do principal corpo de conselheiros políticos, a Comissão da Conferência Nacional Consultiva Política do Povo Chinês, disse, em outubro, que o plano de reformas a ser adotado nesse 3º Pleno será “amplo em escala”, com “grande significado” e que resultará em um boom para os setores não estatais da economia chinesa.

“Reformas de amplo aprofundamento” significa reformas que serão mais sistemáticas, integradas e coordenadas. O Partido Comunista Chinês trabalhará para acelerar o desenvolvimento de uma economia socialista de mercado, da democracria, o desenvolvimento cultural, a harmonia social e o evanço no campo ecológica, segundo documento distribuído pelo 18º Comitê Central, dia 29/10.

Devemos deixar que o trabalho, o conhecimento, a tecnologia, a administração e o capital desenlacem o próprio dinamismo, que se soltem e espalhem-se todas as fontes de riqueza, e que o povo usufrua em justo equilíbrio mais frutos do desenvolvimento – diz o documento.

Os primeiros dois Plenos do Comitê Central do Partido Comunista Chinês elegem os novos principais quadros do governo. No terceiro, a nova liderança apresenta seu plano de trabalho.

Todos os 3ºs Plenos de cada Comitê Central do PCC, desde 1978, tomaram importantes decisões estratégicas sobre reformas na economia socialista de mercado. Os resultados alcançados em cada período de reformas têm servido de base para decisões posteriores, ao longo de 35 anos, para o progresso da China. (...)

Pierre Picquart
Dado que a reforma do governo é essencial para a reestruturação da economia e a modernização da indústria, observadores acreditam que a reforma do próprio governo chinês chegou a um estágio crucial, dada a influência negativa da crise global, na economia da nação.

Será também importante melhorar as regras e a legislação para os negócios, modernizar as ferramentas financeiras e, gradualmente, promover a conversibilidade do Yuan. A China precisa de regras de livre comércio, mas sob controle da lei chinesa. As empresas precisam de mais liberdade de comércio. Mas sob o império da “lei social” – disse Pierre Picquart, observador da China e professor de geopolítica na Universidade de Paris 8. (...)

Zhu Lijia, professor de administração pública na Academia Chinesa de Governo, acredita que a parte central do plano para a reforma econômica a ser aprovada pelo Pleno, tratará realmente de “reestruturar as relações políticas e sociais” mediante uma reformatação da distribuição de rendas e de responsabilidades para os vários níveis de governo e vários departamentos.

Os riscos do projeto estão em como os reformadores farão a luta contra grupos de interesses que “gozam de privilégios, nos sistemas de mercado capitalistas atuais e conhecidos” – disse Zhu.



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