sexta-feira, 11 de maio de 2012

DILMA I, A IMPERATRIZ DO BRASIL


Zoroastro Sant’Anna - Jornalista e cineasta
Nosso Homem nº 17

Tal é a lameira em que se transformou o pantanoso Congresso Nacional que ninguém, em sã consciência, seria capaz de contestar um decreto presidencial que demitisse todos os senadores e deputados federais da República e convocasse novas eleições para outubro deste ano, junto com os novos prefeitos e vereadores, segundo regras mais novas e mais honestas.

A idéia pode parecer disparatada ou anti-democrática, mas não é. Não é disparatada porque já se provou a inoperância das duas casas do Congresso para a condução dos negócios da nação, não funcionam. Não é anti-democrática porque já se sabe que todo mundo foi enganado pelos candidatos que afirmaram coisas que não são, esconderam coisas que são e prometeram outras coisas que jamais farão. Cometeram falsidade ideológica e estelionato eleitoral.

O poder que esses políticos sórdidos detém não foram outorgados pelo  povo. Na prática foram roubados do povo através de artifícios eleitorais, protegidos por uma legislação que seus iguais anteriores forjaram exatamente para permitir que o engodo fosse permanente, eterno. Razão pela qual a tão reclamada reforma política nunca aconteceu.

Como se pode justificar que um ex-presidente da República, apeado do poder pelo clamor popular em função de seus inumeráveis atos de corrupção, possa voltar com o cargo de Senador, como é o caso do senhor Fernando Collor? E o lamentável José Sarney? Maranhense eleito pelo Amapá, Estado onde nunca morou? E Renan Calheiros? E Jarbas Barbalho? E Demóstenes Torres?

Poderíamos preencher uma lista com mais de 500 nomes seguidos desta mesma interrogação.

Este domingo de 13 de maio marca a libertação dos escravos em 1888, por Decreto-Lei da Princesa Isabel, após 300 anos de sofrimento, humilhação, dor e morte de milhares de negros importados. Depois de mais de 500 anos de sofrimento, humilhação, dor e morte de milhões de brasileiros natos, bem que se poderia ter um decreto que nos libertasse do jugo escravagista do atual sistema político-eleitoral brasileiro.

A Presidenta Dilma, do alto dos seus 77 crescentes por cento de aprovação, poderia fazer dois decretos:

Do Congresso Nacional
“Artigo 1º - Ficam transferidos para a inativa, não remunerada, todos os senadores e deputados federais, sem exceção.
Artigo 2º - Todos os bens adquiridos por eles após assumirem seus mandatos, bens estes em seus próprios nomes ou dos respectivos laranjas, retornam para onde vieram; os cofres públicos.
Artigo 3º - Todos os ternos, camisas, gravatas, meias e cuecas para eles  -  tailleurs, vestidos, saias, blusas, soutiens, meias de nylon, sapatos e calcinhas para elas, deverão ser devolvidos em 48 horas, pois comprados com o dinheiro do povo ao povo retornarão.
Artigo 4º - Sob qualquer escusa ou recurso, nenhum dos atuais ou remotos membros do Congresso, poderão retornar a vida pública mesmo após devotados e comprovados atos de expiação e autoflagelação.
Artigo 5º - Ficam convocadas novas eleições para as duas câmaras para o dia 1º de outubro deste ano, quando poderão concorrer todos brasileiros maiores de 1,80 m de estatura moral.
Artigo 6º - Esse Decreto entre em vigor na data da sua publicação, revogando-se todas as disposições contrárias aos interesses do povo brasileiro.

Da República Nacional
Artigo nº 1 – Fica desproclamada a República Nacional.
Artigo nº 2 – Fica declarada a recriação do Império Brasileiro.
Artigo nº 3 – Fica proclamada Dilma Vana Rousseff com Imperatriz do Brasil, com o título de Dilma I, com direitos hereditários como reza até hoje a fina flor do imperialismo europeu sem que ninguém reclame.
Artigo nº 4 – Fica criada a “CLOI - Comissão de Licitação para a Organização do Império”.

Assinado: Eu, Imperatriz Dilma I.”

Tudo ia muito bem até esse Artigo nº 4. Essa tal de CLOI só deu problema, principalmente com os ingleses na licitação para a compra de fumo em tabletes, que em inglês é cavendish.

Sabe-se que o império de Dilma I foi muito próspero e durou mil anos. Como se previa, baixaram os juros, milhões ingressaram no mercado de consumo no Serasa e no SPC, milhares de estrangeiros vieram para cá ajudar o desenvolvimento de novas técnicas de tirar empregos que antes nos pertenciam, os crimes no campo deixaram de ser estaduais para serem imperiais, os índios foram nobre e finalmente erradicados, o pré-sal adoçou a boca de todos os governadores-gerais, os processos contra políticos passaram do fórum privilegiado para a vara comum e os comuns passaram os políticos nas varas, enfim, um Império tropical à altura do Brasil.

Napoleão Bonaparte se coroou Imperador da França em 18 de maio de 1804, nesta sexta-feira faria 208 anos de nomeação. Napoleão, de pai estrangeiro (italiano da Ligúria) como Dilma, de pai búlgaro, de Gábrovo, Napoleão era republicano, como Dilma. Seduzido pela idéia da República, foi admirador de Robespierre, guilhotinado aos 36 anos e que representara a honestidade no anterior governo corrupto e decadente de Luiz XVI.

A Presidenta Dilma, embora republicana, daria uma exemplar Imperatriz, não só pelo seu temperamento, mas  pelas necessidades de um país que vive num regime presidencialista com uma legislação predominantemente parlamentarista, uma contradição impossível de resolver.

Uma herança deixada pelos conservadores quando Jânio Quadros renunciou e não queriam que o vice João Goulart assumisse a presidência e impuseram uma forma parlamentar de governar, origem do atual poder do Congresso que funciona como um anteparo de qualquer reforma estrutural, um antro de falcatruas e um grande balcão de negócios.

Pode ser politicamente incorreto, mas já pensou “Marques Sérgio Cabral, Vice-rei do Rio de Janeiro e  Dilma I, a Imperatriz do Brasil?

  • Litle boy – O deputado federal Anthony “Litle Boy” Garotinho, acusado com sua mulher Rosa Garotinho de inúmeros atos de corrupção quando governadores do Rio, entrou com a sua filha deputada estadual Clarissa Garotinho,  com um pedido na Justiça para a suspensão de todos os pagamentos do Governo do Estado a Construtora Delta. Litle Boy, embora evangélico, é um suspeito antigo e foi ele que divulgou pela internet as fotos e os vídeos da viagem do governador Sérgio Cabral a Paris com sua mulher e o amigo Fernando Cavendish, ex-dono da Delta.
  • Poluição – Quem conheceu São Paulo antes de 2006 lembra do lixo visual que a cidade era. A Prefeitura arrancou toca a porcaria publicitária que poluía a cidade que hoje está irreconhecível pela sua limpeza. O mesmo está começando a acontecer no Rio de Janeiro, onde a SEOP-Secretaria Especial de Ordem Pública acaba de retirar 73 peças de propaganda no Centro e na Zona Sul do Rio.
  • Radical – O empresário Roberto Justus, que adoraria ser o nosso Donald Trump, fez um vôo radical de asa delta sobre a praia do Pepino, em São Conrado. Ele é aquele que, quando dono da NewComBates, contratou e não pagou uma equipe de profissionais para fazer a campanha de governador para o PTB no Pará. Este que aqui escreve foi um dos lesados pelo charmoso marido da filha da Garota de Ipanema, seu melhor título e seu maior mérito.
  • Caloteiro – Passei a pé pela Avenida Atlântica, em Copacabana,  pela manhã, quando vi dois americanos conversando alegremente na porta de um hotel.   À noite, por coincidência, o noticiário da TV mostrava um dos americanos que eu vira, informando que ele havia sido preso. Tratava-se de Robert  Scott, 63 anos, turista americano que deu um calote de R$ 14.468,61 naquele hotel, sendo mais de R$ 5 mil em caipirinhas. Estranhamente, o gringo assinou um compromisso de pagar a conta e a esta hora já está nos EUA. Se fosse um brasileiro qualquer, a esta hora ainda estaria na cadeia.
  • Peladona – Não fosse o amigo Hugo Maia enviar por e-mail, eu jamais teria acesso as fotos da atriz peladona Carolina Dieckmann. É um claro exercício  de narciso mal resolvido. Vi todas as fotos e a moça não é lá esses balaios todos não. A região pélvica, inclusive, parece um aqueduto romano, com um matinho na base, o que leva a imaginar um tremendo bate ossos na hora H. O advogado dela disse que vai processar o Google. Que se saiba, o Google não anda por aí tirando foto de ninguém pelado.

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