sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dominique Strauss-Kahn e Julian Assange


As “tias” dos tempos de JK

Laerte Braga
Laerte Braga

Sérgio Porto no seu inesquecível Stanislaw Ponte Preta tinha uma tia. Zulmira. Senhora de larga experiência na vida, capaz de percepção da realidade num átimo e de sabedoria incrível.

Todos nós temos tias. Eu, por exemplo, dentre as respeitáveis, tenho no cesto uma que é pilantra de quatro costados. Nada a ver com tia Zulmira ou tantas outras. Cai de quatro ao ver cheiro de dinheiro. Se o figurão tiver titulo, seja comendador, desembargador, conde, o que for, então, vai caindo de quatro e resfolegando amor eterno. Adora juntar remédios vencidos e doar para os “pobres” da paróquia. Sábio, o pároco joga fora. 

Adora broches e jogos de chá alheios.

Dominique Strauss –Kahn, ex-diretor do FMI – Fundo Monetário Internacional – tem um monte de "tias". A justiça francesa, detetives particulares para vasculharem a vida de suas conquistas e uma incrível vocação para Sílvio (bunga-bunga) Berlusconi. A diferença está que um canta a Marselhesa, outro não.

Julian Assange não tem esse tipo de "tia". A subcolônia dos EUA – Inglaterra - quer extraditá-lo para a Suécia, numa operação triangular que possa acabar em Washington e pena de prisão perpétua.

Uma prostituta francesa declarou a jornais de seu país que participou de várias “festas” promovidas por Strauss Kahn. Bem remunerada – de causar inveja a muitas “tias” – e apreciou a “incrível energia” do político francês.

O processo contra o principal responsável pelo site WikiLeaks começou numa cidade sueca, foi arquivado por falta de provas a pedido do próprio Ministério Público, ou que nome tenha lá e reaberto em Estocolmo a pedido do governo dos EUA. Para um faltavam provas, para outro bastou um grito de Washington.

Registre-se que Suécia e Grã Bretanha são subcolônias membros da colônia Comunidade Européia, o grande protetorado norte-americano na Europa.

O crime de Assange não foi promover festas com prostitutas, ou agarrar uma camareira de um hotel em New York (embora eu creia que, nesse caso, Strauss-Kahn tenha sido vítima de armação e por conta da “fama”).

Foi o de revelar crimes cometidos pelos norte-americanos em suas ações “libertadoras” mundo afora, as barbáries da OTAN e aqui entre nós, que William Waack, jornalista global, é espião dos EUA.

Um terceiro personagem nessa história; Bradley Manning. Soldado do exército dos EUA acusado de repassar documentos secretos a Assange revelando toda a “preocupação” do conglomerado terrorista ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A com o resto do mundo. Está preso em condições sub humanas. Sobral Pinto invocaria a lei universal de proteção aos animais.

Dominque Strauss-Kahn, tal como Sílvio (bunga-bunga) Berlusconi, escapa de todas as sanções e punições possíveis sob o manto protetor da “tia” justiça. Assange corre o risco de ser extraditado para a Suécia e o governo de Estocolmo – governadoria geral dos EUA na subcolônia nórdica – enviá-lo a Washington, em nome da ordem, da paz, da democracia e da “ajuda humanitária”.

Um jeito de engaiolá-lo em prisão perpétua sem direito a condicional, uma submissão de Grã Bretanha e Suécia capaz de corar qualquer “tia”, por mais despudorada que seja.

Buñuel sabia como tratar “tias” assim como em “O Discreto Charme da Burguesia. Não tem nada a ver com perfume francês, mas com lixo.

Não sei por que, mas isso me lembra Marcelo Rossi num shopping abençoando fiéis e contando os livros vendidos, enquanto sentava a pua em seu concorrente mais próximo dentro da “santa igreja”, Fábio Melo. Aí é “tio” Bento XVI.

Afaga os pimpolhos e conta os sacos de dinheiro. Aprendeu com Edir Macedo.

Tirando fora esse negócio de “tia” e “tio”, sem enfiar sobrinha chegada a um cheirinho no meio, o negócio é a tal da democracia. A viagem é em carros da década de cinqüenta.

Viva JK!

Que o digam os gregos sentindo os coturnos nazistas da “tia” Ângela Merkel, com as bandeiras dos bancos falidos e necessitados da piedade dos trabalhadores. Só que com um baita chicote para ordenar essa piedade.

Dá até para dar um pulo por aqui, outra vez, pegar a Chevron no contrapé e a GLOBO no silêncio podre de mídia comprada. Êita história mal contada.

Se forem “inocentes”, pode ter certeza que tanto Sérgio Cabral como Luciano Huck são culpados e, em breve, lançamentos imobiliários fantásticos na Barra da Tijuca, o garoto propaganda deve ser Zico.

A ressurreição da Rocinha.

A extradição de Assange é um crime sem que se possa medir as proporções, exceto a de constatar que governos como o dos EUA e de suas subcolônias que formam a tal Comunidade Européia são como que um IV Reich saindo da catacumbas e assentados em tamanho arsenal nuclear que transforma o mundo num lugar sombrio, triste e sem gente, ou só com zumbis.

A preocupação maior deve ser como é que Juan Carlos de Bourbon vai fazer para caçar búfalos na Suíça a cinco mil dólares por cabeça.

Os povos que saem às ruas indignados com toda essa barbárie, com toda essa virulência democrática não contam. Em New York a polícia baixa o cacete.

Alguém precisa conseguir “ajuda humanitária” para que os EUA respeitem direitos básicos e fundamentais dos seus cidadãos, ou é só a Líbia que entra na lista de bombas da OTAN? Que tal uma “exclusão aérea” para os EUA? Heil, ONU?

Os dois novos primeiros-ministros da Grécia e da Itália são ligados a banqueiros. Berlusconi é banqueiro também, mas meteu os pés pelas mãos.

O que está acontecendo é uma espécie de ajuste de contas, busca de equilíbrio fiscal, superávit primário na extorsão capitalista imposta ao mundo.

E a turma aqui dá pulos quando uma agência reguladora aumenta a nota do Brasil. É assustador.

Esse aumento é uma espécie de sinal de fumaça que a tia crise vem por aí. Ë um aviso de que estão organizando o saque. Em breve estaremos sob fogo cerrado das tias norte-americanas, seus banqueiros e suas grandes corporações.

No mais é só aguardar a profecia de Roger Noriega feita nas páginas de VEJA. Chávez morre em seis meses e a Venezuela vira o caos e os mariners terão que salvar o país. Invasão “humanitária”.

Vai daí que Assange paga o pato da democracia e da informação livre para o gáudio dos “idiotas” na classificação feita por William Bonner, a turma que gosta de achar que “se não deu no Jornal Nacional não aconteceu”.

Quem faz coro com essa afirmação é o bandido Ricardo Teixeira.

Haja tia e muito cuidado com boutiques. 

Se bobear Dominique Strauss-Kahn ainda acaba presidente da França, próxima vítima da “crise” nesse tabuleiro de ajuste da nova ordem econômica. A imperialista capitalista.

No mínimo vão chamar o secretário de relações exteriores do PT – no rodízio da pelegada – com o objetivo de explicar tudo fazendo top top. 

José Serra vai atrás espargindo o incenso, FHC dando a bênção e Alckmin montado em cavalo da PM com a bandeira da USP como troféu.

Aécio sobra, não é páreo para essa gente. Órfão desse tipo de tia acima descrito. Já no bafômetro...

Enviado por Sílvio de Barros Pinheiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Registre seus comentários com seu nome ou apelido. Não utilize o anonimato. Não serão permitidos comentários com "links" ou que contenham o símbolo @.