sexta-feira, 3 de junho de 2011

FARC, ELN: a guerra na Colômbia

Um povo que se defende
por *Javier Monagas Maita

Combatentes das FARC - ELN
Não creio que exista no mundo alguém que deseje a guerra e ao mesmo tempo se converta a si próprio em vanguarda de luta. As guerras são promovidas por interesses egoístas e desejos absurdos de dominação, mas os seus promotores têm o cuidado de não ir para a frente de batalha ou enviar os seus. Ante a destruição e o abuso, as vítimas entram na guerra para se defender. É a única alternativa que resta aos povos contra os excessos, crimes e violações que contra eles se cometem.

A pobreza sempre foi promovida por minorias a fim de submeter as maiorias aos caprichos e desejos dos seus interesses particulares ou de classe. Assim, por dinheiro ou por comida, os filhos dos pobres, intencionalmente desqualificados, são organizados em exércitos e policias, para enfrentar as rebeliões dos seus irmãos de classe que, com dignidade, combatem o inimigo opressor na defesa da sua liberdade e dos seus direitos. O engano para a justificação dessa pobreza causada intencionalmente, usa como veículos os meios de comunicação, as religiões e a força bruta. A negação da educação é também um instrumento de subjugação, bem como de distorção da verdade histórica. Tudo isso converge para uma “desconsciencialização” do subjugado que, sem o saber, se torna um instrumento contra si e contra a sua classe social.

Na Colômbia das dores e dos amores de Simon Bolívar, o povo sempre foi alvo dos ataques de uma oligarquia indolente, gananciosa e sem sentido patriótico.

Confrontado com estas agressões, nascem as FARC, ELN e outras organizações populares de um povo que é sistematicamente despojado de tudo o que possui, até mesmo do sagrado direito de existir e decidir por si mesmo. Nascem como a resposta certa para evitar ser dizimados ou exterminados por conveniência de uma elite sanguinária que tudo quer para si. Elite que não envia os seus filhos para a batalha. Eles valem-se desse ardil para recrutar, a partir do seio desse mesmo povo, aqueles que servem de instrumento para a defesa de seus domínios.

A oligarquia colombiana é maléfica e sangrenta; porque ela não é vítima da sua repressão e, por sua vez, os seus filhos vivem e estudam no estrangeiro. Na sua covardia, esses serventuários do colonialismo internacional imperial não têm coragem nem categoria para lutar nas suas guerras, e então dividem e enganam o povo oprimido, para criar as suas policiais e exércitos que o manterá preso à dominação pela força.

Aqueles que acreditam que é fácil andar numa selva, embora com a dignidade acrescida, mas com a vida por um fio, convido-os a tentar sobreviver ainda que sejam três dias num ambiente destes. Essas más línguas que tudo distorcem, apresentam a vida na selva, como turismo de negócios, onde todos os membros da guerrilha são milionários que comem e dormem em quartos de hotel de cinco estrelas com ar condicionado e água quente, desfrutando de uma dieta equilibrada e praticando equitação como desporto, não dizem porque razão o exército regular e irregular da oligarquia vai deixando atrás de si cemitérios clandestinos, pedaços de pessoas esquartejados ao fio de motosserras, propriedades ancestrais em novas mãos ao serviço de transnacionais, através do uso da força.

Aos índios, camponeses e povoações pulverizadas com glifosato, com o qual destroem até o gene cromossómico dos pobres, infertilizam-nos e as suas mulheres são violadas, expropriando-lhes até a dor e o sonho, para os converterem em terror e travão para viver. Ver em:


É encorajador ver que existem pessoas que resistem a essa calamidade pública imposta pela oligarquia colombiana e seus amos. Agradeço a existência das guerrilhas e sua capacidade de luta, a sua entrega humanista e compreensão do momento para a resistência.

A invasão da Venezuela, passa pela derrota da guerrilha colombiana. O apoio a esses irmãos, mais que a um governo, é devido a um povo. Os verdadeiros terroristas, demonizam o povo e sua vanguarda, qualificando-os daquilo que eles são. É por isso que a oligarquia colombiana e as elites sionistas que governam nos EUA acusam de terroristas aqueles que se defendem das suas agressões.

*Ensaísta, venezuelano,

O original, em espanhol, encontra-se em: FARC, ELN beligerancia em Colombia
Tradução de Guilherme Coelho.
Esta tradução encontra-se em: Resistir

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