quarta-feira, 23 de março de 2011

WikiLeaks: Senadores McCAIN, Lieberman e outros Republicanos discutiam “SEGURANÇA” com... MUAMMAR e MUATASSIM AL-QADHAFI, em Trípoli, há dois anos...


Comentário da redecastorphoto 
O que mais impressiona é a CARA-DE-PAU dos Republicanos (EUA), hoje, atacando Gaddafi de todas as formas, com armas e pela venal imprensa do ocidente (Brasil!).
E os leitores da “crasse mérdia informada” do ocidente repetindo as BABOSEIRAS dessa imprensa como se coisas sérias fossem...
Castor Filho
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Excerto do item CONFIDENCIAL do telegrama 09TRIPOLI677. 
O texto integral do telegrama original não está disponível. 

Essa é uma tradução de trabalho, não oficial, para simples leitura. 
[cabeçalho aqui omitido]

ASSUNTO: Senador McCain e outros Republicanos têm reunião com MUAMMAR e MUATASSIM AL-QADHAFI

1.(C) RESUMO. O Senador McCain discutiu segurança, contraterrorismo e cooperação civil-nuclear em reuniões dia 14/8/2009 com o líder líbio Muammar al-Qadhafi e seu filho, Conselheiro de Segurança Nacional Muatassim al-Qadhafi, destacando a necessidade de a Líbia cumprir seus compromissos sobre Armas de Destruição em Massa e aprovar a Section 505 acordo de usuário final, para fazer avançar o engajamento bilateral militar e civil-nuclear. Muatassim al-Qadhafi reiterou os vários pedidos da Líbia, que ainda espera assistência de segurança dos EUA e enfatizou o interesse da Líbia em comprar dos EUA equipamento militar letal e não letal, Muammar al-Qadhafi manteve-se em silêncio sobre esses temas. O Qadhafi mais velho manifestou-se apenas para expressar sua satisfação com a melhoria das relações entre EUA e Líbia e sua esperança de que esse relacionamento continuasse a florescer. (...) FIM DO RESUMO.

A REUNIÃO

2.(SBU) Os senadores McCain (Republicano do Arizona), Joe Lieberman (Independente, Conn.), Lindsey Graham (Republicana, South Carolina), Susan Collins (idem) e Assessor da Comissão de Serviços Armados do Senado Richard Fontaine reuniram-se dia 14/8/2009 com o Conselheiro de Segurança Nacional da Líbia Muatassim al-Qadhafi e seu pai, o líder líbio Muammar Al-Qadhafi. (Presentes outros funcionários do governo líbio, o embaixador dos EUA em Trípoli e um assessor econômico da embaixada dos EUA (que tomou notas).

Encontro com MUATASSIM focado em temas de segurança

3.(C) Caracterizando o ritmo geral das relações bilaterais como “excelente”, o senador McCain abriu a reunião do dia 14/8 com o Conselheiro de Segurança Nacional da Líbia Muatassim al-Qadhafi chamou a atenção para a drástica mudança pela qual passou o relacionamento EUA-Líbia nos últimos cinco anos. “Ninguém jamais imaginaria que dez anos depois, estaríamos todos sentados aqui em Trípoli bem recebidos por um filho de Muammar al-Qadhafi” – disse o senador Lieberman. Declarou que a situação comprova que a mudança é possível e manifestou satisfação por a Líbia ter cumprido as promessas de desistir do programa de armas de destruição em massa e renunciou ao terrorismo. Lieberman declarou a Líbia importante aliada na guerra ao terror. Observou que ter inimigos comuns podem ser a base de excelente amizade. Os senadores reconheceram a cooperação da Líbia na luta contra o terrorismo e declarou que era do interesse dos dois países fortalecer a amizade entre eles. Estimularam a Líbia a assinar o Tratado de Transferência de Urânio Altamente Enriquecido dia 15/8 próximo [dia seguinte], de modo a cumprir o compromisso de transferir seu combustível nuclear já utilizado para a Rússia , onde será tratado e descartado. [NOTA: Mais tarde, o governo da Líbia informou essa embaixada de sua disposição de assinar Tratado, mas no dia 17/8. E sabe-se que, de boa fé, já começou a tomar as providências necessárias para assiná-lo (ref B). FIM DA NOTA.]

4.(C) Muatassim deu boas vindas e festejou a visita de alto-nível, que descreveu como bom sinal para o relacionamento – um relacionamento que a Líbia deseja desenvolver. Explicou aos senadores os recentes pedidos que o Conselho de Segurança Nacional fez, à procura de equipamento de defesa. Disse que já foram encaminhados três tipos de pedidos: um foi aprovado pelo governo dos EUA; outro que espera aprovação pelo Congresso; e um terceiro que espera o acordo do governo dos EUA. Reiterou o que havia acertado com a secretária Clinton, em sua visita a Trípoli em abril [objeto de outro telegrama]. – A Líbia ainda não foi adequadamente recompensada pela decisão de abrir mãos das armas de destruição em massa e precisa obter algum tipo de garantia dos EUA

Destacou que a Líbia precisa realmente comprar dos EUA equipamento não letal, para reforçar sua posição de defesa. Muatassim solicitou “o mais alto nível de ajuda possível” para que a Líbia receba os suprimentos militares de que precisa, incluindo hospitais móveis e uniformes. Também pediu assistência para atualização e modernização do equipamento líbio, inclusive helicópteros.

“Podemos comprar [esse equipamento] da Rússia ou da China, mas queremos comprar dos EUA como símbolo de fé nos EUA”, disse ele. Descreveu as ameaças que poderão aparecer contra a segurança da Líbia , em face da geografia: “são 60 milhões de argelinos a oeste, 80 milhões de egípcios a leste, à frente temos a Europa e ao sul a África subsaariana com seus problemas”. Muatassim destacou que a Líbia queria ter garantias dos EUA de que receberá assistência de segurança , como sinal de que os EUA mantêm os compromissos assumidos com a Líbia. Prometeu trabalhar com o Ministério de Relações Exteriores para a aprovação do acordo Section 505 de usuário final, e assinar o acordo sobre transferência de combustível nuclear já utilizado (urânio altamente enriquecido/urânio baixo-enriquecido).

5.(C) O Senador McCain garantiu a Muatassim que os EUA querem fornecer à Líbia todo o equipamento de que precisam para sua segurança [outro telegrama não acessível TRIPOLI 00000677 002.2 OF 002 security]. Disse que entende a necessidade do que a Líbia pede, de modernização de seus oito C130s (ref D). E prometeu fazer todo o possível para apressar o andamento do pedido no Congresso. Encorajou Muatassim a manter em mente as perspectivas da segurança bilateral de longo prazo, e o correspondente compromisso entre Líbia e EUA; e que lembrasse que todos os pequenos obstáculos que eventualmente surjam podem ser superados. Descreveu o relacionamento bilateral entre Líbia e EUA como “relacionamento forte”, lembrou os cursos e treinamentos na Escola de Comando, na Escola de Oficiais e nas academias militares nos EUA, como os melhores programas militares para que os líbios participem.

QADHAFI-PAI tudo ouvia, sem dizer palavra

6.(C) O líder líbio Muammar al-Qadhafi, que se reuniu ao grupo na mesma tenda na qual Muatassim estava reunido com os senadores, também destacou a força do relacionamento EUA-Líbia. Qadhafi comentou que a amizade é sempre melhor para os povos dos dois países, e expressou desejo de que aquele relacionamento florescesse. Agradeceu a visita dos senadores. Disse que a América é mais uma raça, que uma nacionalidade. Explicou que muitos líbios têm dupla cidadania, porque nasceram nos EUA. Os senadores McCain e Graham reforçaram o interesse dos EUA em prosseguir na via do relacionamento bilateral e prometeram tentar resolver as dificuldades do caso do C130, no Congresso e com o secretário Gates, da Defesa. Os senadores manifestaram seu agradecimento e apreço pela participação da Líbia nas operações de contraterrorismo na região. Pediram que a Líbia cumprisse o restante de seus compromissos sobre as armas de destruição de massa. O senador Graham reforçou a necessidade de melhorar a segurança da embaixada dos EUA e pediu que Qadhafi aprove o local previsto para o Complexo da Nova Embaixada [ing. New Embassy Compound (NEC)], também como meio de reforçar as relações. 

Qadhafi manteve-se em silêncio durante toda a discussão e não respondeu especificamente nenhuma das perguntas e questões, exceto sobre o assunto de Megrahi (ref A). Disse que o Conselho de Segurança Nacional poderia ser encarregado de tratar das questões de segurança.

COMENTÁRIO

7.(C) (...) Embora Muatassim al-Qadhafi tenha repetido a já conhecida queixa da Líbia, de que não teria recebido reconhecimento e apoio suficientes em troca da decisão de abandonar os programas de massa de destruição em massa. Muammar al-Qadhafi manteve-se muito acintosamente em silêncio sobre essa questão. O silêncio de Qadhafi nessas questões pode ter acontecido como reação à discussão [pelo senador McCain] da libertação ainda pendente de Abdel Basset al-Megrahi, já condenado pela explosão do [avião/voo] Pan Am 103, tema que todos sabem que é preocupação pessoal de Qadhafi.

[Segue uma “nota biográfica”, sem importância (NTs)].

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