sábado, 12 de março de 2011

TRAGÉDIAS

Laerte Braga

Laerte Braga

Há um argumento simples para definir Lula como um dos melhores presidentes do Brasil e Fernando Henrique Cardoso como o pior. Lula é um operário, “semi analfabeto” segundo os próceres da nossa elite econômica e FHC um “príncipe” com todos os títulos e pós títulos possíveis.

FHC tinha obrigação de ser o melhor. Como não foi, é o pior. Lula ao contrário tinha todas as justificativas para transformar-se num Lech Walesa da vida (menino de recado dos norte-americanos na Polônia) e, a despeito de críticas cabíveis, tirou o Brasil do atoleiro criado por FHC.

Uma tragédia se mede por suas dimensões, pelos impactos que causa em maiores ou menores ambientes, espaços. A do Japão transcende ao país (um conjunto de ilhas que formam um dos mais fortes protetorados dos EUA na Ásia).

Os japoneses conhecem de perto o drama e o terror nuclear. As bombas da insanidade que os EUA jogaram sobre Hiroshima e Nagazaki quando a guerra já estava ganha e se fez apenas um teste sobre os efeitos do “novo artefato bélico da paz e da democracia” (A expressão é de Harry Truman, presidente dos Estados Unidos à época).

Os especialistas afirmam que a devastação causada pelo terremoto e pelos tsunamis que assolaram o Japão na sexta-feira, 11 de março, tiveram o efeito de trinta mil bombas de Hiroshima.

Se formos listar uma das maiores catástrofes deste início de século a eleição de Barack Hussein Obama é uma delas. Só não é maior que Bush e a que seria seu adversário John McCain, mas é uma tragédia.

A tragédia do embuste, do cinismo.

Há uma pergunta que volta e meia surge na mídia. Até que ponto é lícito manter a população de uma cidade, um estado, um país alheia às notícias reais se essas podem causar pânico, medo, angústia, etc.? Ou podem matar? Via de regra tem tratado gente como gado.

Uma usina nuclear no Japão foi seriamente atingida pelo terremoto. Foram várias explosões em seu interior e o governo do protetorado norte-americano admite que há vazamento, muitos afirmam a boca pequena que o reator pode vir a derreter transformando-se num novo Chernobyl.

Na sexta-feira mesmo as autoridades japonesas evacuaram uma área de três quilômetros ao redor da usina e hoje já retiraram pessoas em torno de dez quilômetros.

Obama poucas horas depois da notícia enviou aviões com toda a parafernália necessária a tentar resfriar o reator. Falhou a tecnologia japonesa, foram incompetentes os técnicos ou algo deu errado no processo de segurança da usina.

Para isso uma comitiva de deputados brasileiros, “preocupados com os nossos amigos japoneses” já está prontinha para ir a Tóquio “ajudar” nas providências para minimizar os estragos do terremoto.

São os deputados Keijo Ota (PSB/SP, Juni Abe (DEM/SP), Hidekazu Takavama (PSC/PR e Walter Lihoshi (DEM/SP).

É uma tragédia de dimensão menor, nem por isso menos nociva. Falo da maioria absoluta e esmagadora do Congresso Nacional.

Se bobear Gilmar Mendes e Cesar Peluso arrumam uma desculpa e vão para lá ajudar o Judiciário japonês nas controvérsias sobre o terremoto e os tsunamis. O risco é cismarem de extraditar os terremotos e tsunamis para a Somália, por exemplo, onde europeus depositam lixo nuclear e os somalis são chamados de piratas.

É preciso seriedade com esses fatos.

Obama chega ao Brasil na próxima semana para conversar com Dilma. A mídia fala em protocolos, acordos, etc., mas esconde o principal. O presidente dos EUA vem buscar o pré-sal. Vem pressionar o governo brasileiro (tem três altos funcionários no Ministério de Dilma, os ministros Nelson Jobim, Moreira Franco e Anthony Patriot).

No Rio vai visitar uma Unidade de Polícia Pacificadora. Deve estar querendo levar a experiência para o seu país, já que americanos costumam matar por puro deleite, têm a barbárie em seu DNA. Invadem escolas, escritórios, bases militares, países, etc.

É uma das figuras mais repugnantes do mundo político contemporâneo, só superado talvez, pelas características histriônicas do patético Sílvio Berlusconi, primeiro ministro da Itália (colônia norte-americana na Europa).

Em todo esse circuito, como gostam de dizer os colunistas, as grandes vítimas são dez mil, cem mil, milhões de mortos nas guerras estúpidas por pretextos falsos (armas químicas e biológicas), terremotos, tsunamis e nem os EUA estão excluídos disso. As vítimas do Katrina segundo a mulher de George Bush pai “estão melhores agora nos acampamentos, pois fazem três refeições por dia e tomam banho quente”.

São anônimas.

Jogadas na vala comum da barbárie capitalista.

Na GLOBO, a grande preocupação neste final de semana é com o efeito das notícias do terremoto e dos tsunamis no Japão. Se vão ou não abalar a audiência do bordel em sua casa, o BBB-11.

Diminuir o lucro do “negócio”, lenocínio.

Os brasileiros devem se convencer da importância de um dia de fúria também. Os dias em que Obama estiver aqui tentando trocar apito por petróleo.

Vai ser a prova de fogo do governo Dilma. Os exercícios de equilibrismo da presidente, até o momento, tem se mostrado propensos a uma forte inclinação para a direita. Uma espécie de “louca para cair na rede do circo norte-americano”.

Se bobear, breve, na área do pré-sal, bandeiras norte-americanas e um enclave a mais para o império do norte.

O conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Nos dois principais aqüíferos brasileiros, um no Norte do País e outro na região de Foz do Iguaçu já existem embriões de empresas estrangeiras de olho no “negócio”.

Obama, o branco, na visão de David Cameron que acabou o multiculturalismo, vem engraxado e lustrado de negro com a mala cheia de bugigangas para negociar.

Vai ver a culpa é de Monteiro Lobato. A luta popular com viés tucano.

Tudo isso se não optarem pelo Irã como o grande culpado. Deve ter uma usina de terremotos e tsunamis em Teerã.

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