sábado, 19 de março de 2011

O “NÃO” DE LULA

 O “SHOW” DE OBAMA

Laerte Braga
Laerte Braga


Em outubro de 1988 o então presidente José Sarney embarca para uma visita a União Soviética. É recebido pelo secretário geral do Partido Comunista e ao chegar ao Brasil declara aos repórteres que “é o Gorbachev espargindo democracia por lá e eu por aqui”.

Luís Inácio Lula da Silva, ex-presidente e responsável pela eleição de Dilma Rousseff, disse “não” ao convite para participar do almoço em homenagem ao terrorista norte-americano Barack Hussein Obama, presidente de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, ora em vista ao Brasil.

Todos os outros ex-presidentes vivos, foram, inclusive Fernando Henrique Cardoso (deve ter servido de intérprete).

Lula, segundo dizem os jornais da mídia privada teria revelado que não queria “tirar os holofotes da Dilma”. A declaração em sua interpretação correta é maldosa e perversa em relação ao ex-presidente.

Quando Guido Mantega, uma semana antes da posse de Dilma, anunciou medidas que seriam tomadas pelo novo governo, tomou uma baita bronca pública de Lula. Entre outras coisas Lula disse que nada daquilo seria feito e que até aquele momento o presidente da República ainda era ele.

Mantega, hábil na arte de “explicar até para o porteiro do prédio”, chamou a imprensa, se desdisse e evitou um problema maior. Os que têm conversado com Lula ao longo desses quase três meses longe da presidência, sabem que naquele momento o líder sentiu a primeira facada. Não diz, mas deixa escapar.

Há um processo de desconstrução de Lula. Não é do PT e nem de Dilma. Não significam nada diante da força do ex-presidente. É maior que todos eles.

As elites brasileiras aceitam e toleram a democracia até um determinado limite e supor que em 2014 Lula possa voltar está no item inaceitável, intolerável.

No governo Dilma Rousseff temos os primeiros presos políticos do país desde o fim da ditadura militar, na farsa do coquetel Molotov atirado contra o consulado norte-americano no Rio, numa manifestação promovida por um partido de esquerda. O PSTU.

A velha e requentada história do Riocentro. A quem interessa?

Segundo Dilma Rousseff em seu pronunciamento hoje pela manhã, ela e Obama rompem barreiras. O primeiro negro eleito presidente dos EUA (Dilma não notou a graxa porque não quis e nem quer) e ela, a primeira mulher eleita presidente do Brasil.

É Sarney, presidente do Senado, aliado de Dilma, presente ao almoço, que esparge democracia pelo Ocidente.

Passados vinte e dois anos o ridículo se repete. Poder tem dessas coisas, deslumbra. Um poste se atribui dimensões históricas que não tem.

Lula não foi ao almoço, entre outras coisas, para deixar claro seu repúdio às políticas de Obama em relação ao Brasil (não quis visitar o País quando ele era o presidente) e não poucos ouviram do ex-presidente (que tem feito o possível para se segurar) que “isso está parecendo uma grande palhaçada”.

Não sei que tipo de atitude a direção nacional do PT vai tomar contra o ex-presidente, levando em conta a orientação para que a manada não participe de protestos contra Obama (felizmente boa parte resolveu não acatar a arbitrariedade).

Linhas e entrelinhas das poucas e esparsas declarações do ex-presidente demonstram que Lula já percebeu que estão tentando desmontá-lo e Dilma não está infensa ao processo. Pelo contrário.

Sonha com a reeleição em 2014.

Quer romper mais barreiras.

Aceita, tem aceito, docemente, o caminho traçado pelas elites que entre outras coisas passou por Ana Maria Braga, Hebe Camargo, receita de omelete, políticas neoliberais sem restrições e mudanças drásticas na política externa do País.

E é um caminho que vai percorrer com calma, sabe que não pode enfiar a faca de uma só vez, afinal sem Lula nem síndica de prédio seria.

O PT, em boa parte, embarca na armadilha e monta patrulhas ideológicas para denunciar golpismos, etc., no velho estilo stalinista de fazer política, todos montados em cargos públicos e que tais. Sobram os que guardam os ideais de outros tempos. Não são poucos.

O tal chapa branca.

Quando tomou conhecimento da invasão alemã o líder soviético Stalin refugiou-se num quarto do Kremlin com algumas mulheres, varias garrafas de vodka durante alguns dias e quando Kruschev foi tímida e temerosamente chamá-lo, ouviu o seguinte.

“Calce as minhas botas, vocês são uns covardes, me odeiam, tiveram esses dias todos para me derrubar e não o fizeram”. Estendeu os pés e Kruschev calçou-lhe as botas.

Justiça seja feitas, Stalin ganhou a guerra destroçando os alemães em território soviético sem aquele negócio de Hollywood que os norte-americanos eram e são perfeitos em armar.

Regina Antunes, professora, 59 anos, dona de uma creche em frente à Praça do Lazer nas imediações da Cidade de Deus conta que foi procurada por três pessoas nesta semana que se finda. Um policial civil, um militar e uma mulher representando a organização terrorista Casa Branca (sede do conglomerado). Queriam que atiradores de elite ocupassem a laje de sua creche, pois o carro de Obama passaria pela Avenida José de Arimatéia. A praça onde está a creche fica em frente.

Como se recusasse foi ameaçada pelos policiais de ser obrigada a aceitar a decisão a partir de uma ordem judicial.

“Eles desrespeitaram o meu direito, a minha propriedade. Eu poderia até liberar, dependendo da conversa deles, mas resolveram me ameaçar e agora é que não quero mais conversa, estou revoltada com essa situação”.

A parte do filme “Obama e os pobres do Brasil” fica com essa mancha, prejudicado. Devem consertar na montagem, nos efeitos especiais.

Ivonete Ferreira, 62 anos, moradora da Cidade de Deus, num local de onde se avista o palco do show de Obama, não aceitou a presença de atiradores de elite em sua laje. Mostrou-se indignada com a forma como foi tratada.

A CUFA – CENTRAL ÚNICA DAS FAVELAS – entidade com maior presença na Cidade de Deus, não participará do evento e nem de sua organização. Celso Ataíde, presidente da entidade, disse ao jornal FOLHA DE SÃO PAULO que “Obama continuo te amando, mas não dá para aceitar o comportamento arrogante dos mensageiros da Casa Branca”

O rapper MV Bill, um dos criadores da CUFA, anunciou sua desistência (estão tentando demovê-lo disso) de participar da recepção ao terrorista Barak Obama, antes da entidade tomar posição idêntica. “São abusos e exageros na favela. Estão querendo fazer um zoológico”.

A Casa Branca se recusou – seus representantes – a discutir a visita com lideranças comunitárias e depois, assustada com a quantidade de mensagens de protestos, tentou restabelecer o contato sem conseguir.

“Querem esvaziar as ruas da comunidade no domingo e revistar qualquer pessoa que venha sair de sua residência, até mesmo crianças”.

Uma das grandes preocupações da mídia, sobretudo GLOBO, principal veículo de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, são os modelitos de Michele Obama.  “Especialistas” estão explicando, ressaltando e elogiando a “elegância” da primeira-dama.

“É/a gente não tem cara de panaca/a gente não tem jeito de babaca/a gente não está com a bunda exposta na janela...” Bela lembrança da jornalista Ana Helena Tavares (no Facebook), a guerreira composição de Gonzaguinha.

Sarney e Dilma em tempos diversos perderam a noção da realidade, de seus tamanhos reais.

Lula segundo alguns não foi porque tinha um aniversário, segundo outros para não tirar os holofotes de Dilma e assim por diante.

É que está sentindo no peito a faca entrando.

Percebe a metamorfose do que, de fato, foi poste, em cobra. Não está conseguindo ser companheira. Nem deve se lembrar mais disso.  

Ah! Um detalhe. Perguntado sobre o cancelamento do comício na Cinelândia, o general Sardenberg, responsável pela área, disse que não sabia e nem estava entendendo nada. Eis que surge um general que sabe alguma coisa, pensa e é capaz de dizer. É irrelevante aqui se ele é pró, contra, muito antes pelo contrário. Mas relevante o que disse e como.

Pingo é letra.

“Vejam só, Obama vai dormir duas noites no Rio. Que bacana!” – contribuição de Sérgio Cabral, governador do Rio ao Festival de Besteiras que Assola o País – E olha que o pai do governador, também Sérgio Cabral, era amigo do criador do FEBEAPA, Sérgio Porto – Stanislaw Ponte Preta –. Não aprendeu nada.

Ser der tudo errado por que não levar Obama ao programa do Faustão? Pode ser jurado, pode dançar com Susana Vieira, participar de um monte de quadros.

2 comentários:

  1. já vesti a sunga,
    ja coloquei os óculos de natação,
    na piscina já tem gente me esperando,
    maionese, ai vou eu.......
    emerson57

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  2. Ótimo artigo.

    É isso mesmo que está acontecendo. Dilma Roussef está tentando trair Lula.

    Dilma tem medo de que Lula queira voltar em 2014, e por isso, tenta se aproximar cada vez mais das elites, para ter o apoio dela na hora da re-eleição.

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