sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Resposta do Brasil ao pedido dos EUA de contribuição para o Afeganistão


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Nota de WikiLeaks: Esse texto é um excerto do telegrama original. 
O texto integral do telegrama original não está disponível. 
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Nota dos tradutores: Essa é uma tradução de trabalho, não oficial, para simples leitura.

[cabeçalho aqui omitido]
CÓPIA C O R R I G I D A – Endereços e títulos acrescentados / SIPDIS

1. (C) O encarregado entregou o pedido de ajuda (ref. A) dia 8 de abril ao Embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretário para Assuntos Políticos, que acabava de voltar da Conferência de Haia sobre o Afeganistão. Em resposta aos pedidos específicos, Jaguaribe observou que o Congresso do Brasil reduziu recentemente o orçamento para assistência técnica a outros países, embora não tenha descartado a possibilidade de procurar fontes de financiamento, mas estimou a capacidade do Brasil para oferecer contribuição em dinheiro como “muito baixa”. Quanto à contribuição em alimentos, Jaguaribe disse que talvez seja possível, e que nos responderá. Há três principais obstáculos a superar em relação a pedidos de assistência: a) o orçamento brasileiro; b) a receptividade política; e c) a dificuldade de o Brasil “comprar projeto que o próprio país não tenha formulado”. 

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“O Brasil não é ator relevante”
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2. (SBU) Jaguaribe fez, ao Encarregado, algumas observações sobre o Afeganistão e o Brasil, baseado em parte em sua participação na Conferência de Haia. Observando que o Afeganistão é “remoto e distante” para o Brasil, Jaguaribe disse que o Brasil acompanha os acontecimentos no Afeganistão, mas não é “ator relevante”, embora, se o Afeganistão estiver considerando a possibilidade de abrir uma embaixada em Brasília, o Brasil também considerará a possibilidade de abrir uma em Kabul. Disse que a nova política dos EUA trouxe vários elementos positivos, e que o governo dos EUA acerta ao identificar a necessidade de uma estratégia regional muito ampla. Disse que considera importante que se incorporem os países vizinhos do Afeganistão na mesma estratégia, sobretudo o Paquistão e o Irã. Considera desenvolvimento importante que o enviado especial Richard Holbrooke tenha falado recentemente com representantes do Irã, e entende que essas demarches devem prosseguir. Acrescentou que o Irã pode vir a ser o mais importante player no processo. 

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"Segurança para quem?"
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3. (SBU) O Afeganistão precisa de apoio político interno para alcançar sucesso, uma vez que alguma solução militar jamais será definitiva e a ação militar tem de complementar o objetivo de maior força política interna, comentou Jaguaribe. Acrescentou que ações militares no Paquistão e no Afeganistão desgastam, mais do que reforçam, a força política interna, embora conceda que os EUA disponham de melhor informação que o Brasil sobre a real situação em campo. Recomendou que se procurem meios para ampliar a base política do presidente Karzai; "Segurança para quem?”, perguntou, sugerindo que dar segurança ao governo e à capital não são condições suficientes para garantir o amplo apoio que é indispensável ao sucesso no Afeganistão.

4. (C) Como já aconteceu em solicitações anteriores (ref. B), essa embaixada não espera qualquer outra resposta do Governo do Brasil [orig. GOB] sobre esse assunto. [Assina: SOBEL]

Observação da Vila Vudu: Este telegrama não foi citado por qualquer dos integrantes da MIDIA VELHA... Nem Estadão (inho), nem FSP, nenhum dos tentáculos da Globo, nem JB, nem a (não) Veja, enfim... Ninguém!

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