segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Demolição de hotel em Jerusalém agrava confrontos no Oriente Médio

9/1/2011 15:41,  Correio da Cidadania - por Redação, com agências internacionais - de Jerusalém

A derrubada de um hotel em Jerusalém foi considerada 
um entrave às negociações de paz com os palestinos

Ao demolir um edifício em Jerusalém Oriental neste domingo, para abrir espaço para casas de mais uma colônia, os judeus “arruinaram qualquer possibilidade” de retomada das negociações de paz, afirmou um porta-voz da Autoridade Nacional Palestina.

– Ao agir desta forma, Israel arruinou todos os esforços norte-americanos e colocou fim a qualquer possibilidade de retomada das negociações – declarou em um comunicado Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente palestino, Mahmud Abbas.

Na manhã deste domingo, as autoridades israelenses começaram a demolir uma parte do abandonado hotel Shepherd, no bairro palestino de Sheikh Jarrah, na parte oriental de Jerusalém, para construir casas para colonos judeus. As negociações de paz, brevemente rearticuladas em setembro em Washington, estão bloqueadas há três meses.

Os EUA mediaram conversas diretas de paz  no início de setembro, mas as negociações fracassaram três semanas depois com o fim da moratória israelense na construção de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, se recusa a retomar as conversas até que Israel congele a construção de casas nos territórios tomados na guerra dos Seis Dias, em 1967, mas o governo do premiê isralense Benjamin Netanyahu não aceita isso.

Os palestinos temem que os assentamentos impeçam a formação de um Estado contíguo. Israel argumenta que o futuro dos enclaves deve ser decidido nas negociações e que o congelamento das obras não pode ser uma precondição para o diálogo. Com as negociações diretas entre os dois lados em um impasse, Israel afirmou que um emissário do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e um enviado palestino viajariam para Washington nos próximos dias para tentar restaurar as negociações. Mas os palestinos afirmaram que os encontros feitos de forma separada.

Blocos de apartamentos

No bairro predominantemente árabe, escavadoras derrubaram o hotel, construído na década de 1930 para o muçulmano Haj Amin Husseini, que lutou contra os britânicos e os sionistas e se tornou aliado nazista na Segunda Guerra Mundial. Um projeto para substituir a construção por um bloco de 20 apartamentos foi aprovado pela prefeitura israelense de Jerusalém em 2009. Autoridades judaicas disseram que Washington demonstrou sua oposição ao projeto ao embaixador israelense nos EUA.

Netanhyahu respondeu na época dizendo que os judeus têm o direito de viver onde bem entenderem em Jerusalém, uma cidade que Israel reivindica como uma capital unificada, uma designação que não ganhou aceitação internacional. Após a demolição, não houve relatos de violência. Por causa dessa localidade, ocorreram protestos árabes contra a expulsão de palestinos de casas que tribunais israelenses decidiram como tendo sido compradas por judeus no passado.

O hotel foi declarado uma “propriedade ausente” por Israel depois de judeus terem capturado Jerusalém Oriental. A escritura foi transferida para uma empresa de Israel, que a vendeu em 1985 para Irving Moskowitz, dono de bingos da Flórida e patrono de colonos judeus. Adnan Husseini, prefeito de Jerusalém apontado pela Autoridade Palestina, afirmou que derrubar a construção foi um “ato de barbárie”. Sua família reivindica a propriedade do imóvel e tem usado tribunais israelenses para desafiar os passos que levaram à venda do local.

Cerca de 190 mil israelenses vivem em Jerusalém Oriental e em regiões adjacentes da Cisjordânia, que Israel capturou após o conflito em 1967. A região tem 250 mil habitantes palestinos.

Um comentário:

  1. O contencioso de ódio acumulado pelos palestinos, diante do comportamento canalha e ilegal dos sionistas, há de explodir e se derramar, irremediàvelmente, no tempo T. Êsse povo judeu, que tem como ventríloquo os EUA. é abusado e confiante na sua retaguarda, e sabe que ela não tem interêsse algum em pacificar a região, antes permite que êles se solidifiquem com essas construções e expansões, de tal forma que, quando houver, se houver, o momento de se discutir qual o espaço a ocupar, pelos palestinos, estes estarão tomados por patrimônios de custos vultosos, que certamente demandará discussões dempradíssimas e inúteis, para a justiça merecidíssima aos vilipendiados e verddeiros domos dêsses direitos.
    O que vejo como saida, é a incursão insensata desses marranos contra Teerã e a surpresa ruim que lhes espera, dando curso a ganhos enviesados aos oprimidos, por conta dos butins de guerra.
    Mediação americana nesse conflito é balela. Mediação da Onu, ídem, da UE, também. A injustiça gritante contra êsse povo milenar tem o tamanho da revolta dos homens de bem simpáticos à sua causa. Pena, que inútil, por si, só.

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