terça-feira, 2 de novembro de 2010

Em entrevista com Dilma, grobo declara guerra sem quartel

Gilson Sampaio

Não vi, mas a primeira entrevista da Presidenta Dilma Rousseff foi para a Rede Record. Uma escolha carregada de significados muito poderosos. Esse privilégio sempre foi da Rede Globo, ainda que, golpista desde sempre e de todas as horas. O padrão golpista da grobo foi mantido nestas eleições, como das outras vezes, embora, desta vez, o tiro tenha saído pela culatra. Me refiro à falsificação das imagens do episódio da bolinha. Até um perito não muito conceituado foi convocado pra dar legitimidade à farsa. Tenho pra mim que esta canalhice rendeu à Dilma alguns milhões de votos e selou a derrota da direita raivosa. A bala de prata da grobo saiu pela culatra.


Essa, eu vi, quase que integralmente. Esperar que Bonner fizesse da entrevista uma celebração da vitória da Dilma ou mesmo da democracia, só maluco acreditaria, mas esperava algo mais cerimonioso. Não houve nada disso. Kamel, Bonner et caterva foram o que sempre foram: não passam de trogloditas golpistas a serviço da direita também troglodita.

Destaquei dois momentos especiais.

1 – Foi entrevistado um companheiro de guerrilha de Dilma e ele declara enfaticamente, e põe enfaticamente nisto, que a companheira nunca participou de ações armadas.
Porque só agora depois das eleições a grobo resolveu por no ar uma entrevista tão categórica inocentando Dilma de qualquer participação da Presidenta nas ações armadas da guerrilha que combateu a ditadura militar?

2 – Kamel/Bonner fizeram questão de lembrar o caso Erenice, para dizer o mínimo, foi uma grosseria.

Dois recados, mais claros, impossível.

O primeiro diz: “poderíamos acabar com a boataria sobre a “Dilma terrorista” e não fizemos porque somos contra você”.

O segundo diz: “não conte com uma inimaginável trégua, nós vamos te massacrar, se possível, impediremos sua posse”.

A venezualização da mídia se completou, as algumas igrejas se posicionaram com a direita raivosa.

O esboço déjà vu do golpe à la Venezuela está quase pronto, só falta a parte dos militares.
Não há céu de brigadeiro, mar de almirante, nem terra firme.

A luta tem que continuar e os movimentos sociais devem estar mobilizados e, mais do que nunca, os blogueiros progressitas devem se unir numa cadeia para deter o tsunami direitista que está se formando.