terça-feira, 2 de novembro de 2010

Bem-vinda Presidenta Dilma Rousseff!

Por: Leila Brito

 

Dilma-Rousseff2-2010 
Antes de ser reconhecida por seus memoráveis feitos patrióticos e receber as honrarias que lhe eram devidas pela França, a heroína da Guerra dos Cem Anos, a mártir Joana d’Arc (queimada viva em 30 de maio de 1431, por crime de heresia e assassinato, a mando da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana), foi vítima, post mortem, do hoje denominado crime de assédio moral, cometido, então, por dois grandes nomes da Literatura e da Filosofia mundial: Shakespeare, que a tratou como uma bruxa; e Voltaire, autor de um poema satírico, ou pseudoensaio histórico, que a ridicularizava, intitulado La Pucelle d´Orléans (A Virgem de Orleans).

A figura heróica de Joana d’Darc assoma à minha lembrança, neste momento em que o povo brasileiro sacramenta nas urnas a escolha da sua primeira presidenta – Dilma Rousseff, numa espécie de roteiro cinematográfico enredando numa só odisséia, as vidas dessas duas personagens que, vividas em diferentes épocas, convergem em coragem, ousadia, doação, abnegação e dor.

A de Joana findada aos dezenove anos, numa previsível fogueira inquisitorial – ardil engendrado pela Igreja Católica para exterminar os heróis políticos que ameaçavam o jugo da burguesia dominante da qual, fiel escudeira, detinha o poder supremo. A de Dilma, quase findada aos vinte e dois anos, em previsíveis porões de tortura ditatorial – ardil engendrado pelo Governo Militar (ascendido ao poder por Golpe de Estado com apoio irrestrito da alta cúpula da Igreja Católica) para exterminar os heróis políticos que ameaçavam o jugo da elite nacional dominante da qual, fiel escudeiro, detinha o poder supremo.

Curiosamente, e do ponto de vista evolucional incompreensivelmente, da mesma forma que o ocorrido com Joana d’Arc nos idos dos séculos XV, XVI e XVII – Idade Média e Renascença, Dilma Rousseff foi (e tudo indica que continuará sendo) vítima do crime de assédio moral (por parte dessa mesma elite nacional dominante que quase foi responsável pelo seu assassinato em 1970), ao longo de todo o processo eleitoral, em pleno século XXI – Era Pós-Moderna.

Dentre os mais graves assédios criminosos sofridos por Dilma nesta campanha eleitoral, cometidos pelo candidato opositor e seus aliados, parceiros e seguidores – estes atuando na rede Internet, destaco a oportunista e manipuladora exploração da Grande Mídia tanto da doença que a acometeu recentemente (o que se caracteriza como um expediente dos mais repulsivos do ponto de vista humano), como da sua participação na luta contra a opressão política imposta pela DitaDURA Militar ao povo brasileiro, pela total inversão descaracterizadora do seu real papel nessa luta, ao fabricar e publicar uma falsa ficha policial com o espúrio propósito de rotulá-la (caluniá-la) como terrorista, guerrilheira, assaltante e assassina (o que se caracteriza como um expediente dos mais criminosos do ponto de vista legal). Isto sem me esquecer de registrar as calúnias de natureza moral da qual a Presidente Eleita foi vítima, com destaque para as relacionadas ao aborto e à homossexualidade, que tiveram o criminoso intento de gerar um conceito negativo de sua pessoa no eleitor.

Mas assim como a heroína Joana d’Arc (com a milagrosa diferença de ter sobrevivido à prisão e às torturas), apoiada por um exército de bravos soldados, a guerreira Dilma Rousseff venceu esta e todas as batalhas das duas guerras que, no decorrer de sua trajetória política, travou contra os inimigos do Povo Brasileiro, o que a torna mais que merecedora do Cargo Máximo desta Nação, já que Ela É, indubitavelmente, sua legítima CONQUISTADORA.

Bem-vinda Presidenta Dilma Rousseff a um Novo Brasil que V. Excia. ajudou a construir com a sua coragem, bravura, abnegação e amor ao Povo Brasileiro!

LEILA BRITO
Belo Horizonte, 31 OUT 2010.

NOTA 1 – No decorrer da criação textual, ao compor o terceiro parágrafo deste ensaio, senti necessidade de pesquisar sobre a vida da nossa Primeira Presidenta, e ao acessar uma matéria no Google, me surpreendi com essa descoberta: Dilma era chamada de “Joana d’Arc” pelas companheiras de luta, o que vem explicar minha intuitiva comparação.

NOTA 2 – No vídeo abaixo, o histórico discurso de Dilma Rousseff em resposta à provocação desrespeitosa do Senador Agripino Maia, numa sessão de CPI no Senado Federal. Vale a pena rever.


Extraído do blog Chá.com Letras da excelente poetisa e escritora mineira Leila Brito.