terça-feira, 26 de outubro de 2010

Assange-WikiLeaks, ao vivo, pro entrevistador, ontem à noite:

“Você, Larry King [e Mervais, Waacks, Bonners & Patroas, D. Danuza et alii] também deveria[m] envergonhar-se”
Excerto traduzido e enviado pelo pessoal da Vila Vudu

Times reporter defends Assange piece
Assange voltou ontem à noite à CNN, apenas três dias depois de ter-se levantado e saído da sala durante entrevista na mesma rede, ao ser perguntado sobre processos movidos contra ele e sobre a demissão de um funcionário da organização WikiLeaks.

O entrevistador Larry King — que chega a supor que seu entrevistado novamente saíra da sala, perguntou a Assange por que abandonara a entrevista da 2ª-feira. Assange sorriu, disse “Claro que estou aqui!" E continuou:

“Divulgamos 400 mil documentos secretos, a mais extraordinária história de uma guerra que jamais foi exposta ao público em todos os tempos. Esses documentos denunciam 109 mil mortes de que ninguém tinha notícia. É questão grave demais. E é gesto de extraordinário desrespeito, para começar, contra aqueles mortos, que os jornalistas se ponham a esconder outra vez aqueles crimes, com entrevistas de jornalismo de tablóide e futricas.”

“A CNN é que deveria estar aqui explicando por que sua jornalista perguntou o que perguntou e não perguntou o que deveria perguntar. Aceitei dar aquela entrevista, de fato, porque confiava que a CNN fosse capaz de fazer melhor jornalismo.”

Assange continuou, dizendo que temas de sua vida pessoal não se comparam, em importância, ao que WikiLeaks divulgou sobre a guerra do Iraque.


“Não é decente insistir em sensacionalismos e, de fato, repetir mentiras, sobre assunto absolutamente trivial, se comparado a 109 mil mortos, de cujas mortes ninguém jamais soubera e sobre as quais não há nenhuma dúvida”, disse.

“Acho” – continuou Assange – “que a CNN deveria envergonhar-se de ter feito o que fez. Acho que você também, Larry, deveria também envergonhar-se de continuar insistindo.”

A entrevista pode ser vista e ouvida (em inglês), em: NY Times reporter defends profile of WikiLeaks’ Assange