sexta-feira, 8 de outubro de 2010

AÉCIO VENCE E ENTREGA CABEÇA DE MINAS GERAIS EM BANDEJA DE PRATA AO PAULISTISMO

O PATÉTICO ITAMAR FRANCO

Laerte Braga

A foto do ex-presidente Itamar Franco defendendo os valores do governo FHC e maior participação do ex-presidente na campanha de José Arruda Serra é um exercício de absoluta falta de respeito por Minas, pelos mineiros e mostra a total ausência de princípios do senador eleito.

Itamar passou a campanha inteira sem definir candidato a presidente da República. Ele e Aécio Neves (que o elegeu, não fosse isso, nem síndico). Na sexta-feira, antevéspera da eleição ficou claro seu apoio não tão velado assim a candidata Marina da Silva a sua cidade, Juiz de Fora, MG.

Aécio, montado em seu prestígio no estado de Minas carregou dois bondes. Antônio Anastasia (eleito governador) e o patético Itamar Franco (eleito senador). Não se empenhou um só momento, exceto nos eventos oficiais, pela candidatura de José Arruda Serra.

Quando disputava a indicação presidencial pelo PSDB com o próprio Arruda Serra foi rotulado como viciado em drogas pelo rival através de terceiros e sua reação e de sua família não foi amistosa. Mandou montar um dossiê contra Arruda Serra. Isso para o caso de ter que defender-se em situações futuras.

Terminado o primeiro turno o senador eleito Itamar Franco, no papel de menino de recados de Aécio Neves, foi encontrar-se com Arruda Serra, manifestar apoio e pedir presença de FHC na campanha. Falou em legado de FHC, tal e qual o fez Aécio no dia seguinte.

Engoliu suas próprias palavras, Itamar, quando criticou Arruda Serra por ter se apropriado da lei que criou os medicamentos genéricos, de autoria de Jamil Haddad, ministro da Saúde em seu governo. Engoliu as críticas feitas a FHC sobre a autoria do plano real.

É típico de políticos que se resumem a projetos pessoais e não tem princípios. Navegam ao sabor dos ventos. No caso de Itamar não mete a mão no bolso de ninguém, mas não é nada além de um projeto pessoal. Por pouco em determinada fase de sua carreira não termina prefeito de Aracaju passando por Niterói.

Acabou vice-presidente de Collor de Mello.

Aécio e seu menino de recados pegaram Minas e os mineiros e entregaram suas cabeças em bandeja de prata ao paulistismo, especificamente, a Arruda Serra, FHC e o esquema FIESP/DASLU que patrocina o tucanato.

No caso de ambos é absoluta falta de vergonha.

Quando disputava com Arruda Serra a indicação presidencial pelo tucanato o então governador de Minas ao sentir-se atingido pelo tiro do adversário – “é viciado em drogas” – rejeitou a vice de Arruda Serra, declarou alto e bom som que o primeiro compromisso que tinha era com Minas e os mineiros.

Largou Serra de lado e num dado momento da campanha críticas foram feitas pelo abandono da candidatura presidencial. Através de um porta-voz respondeu que “se quiserem melhor que venham fazer”.

Em duas oportunidades o candidato tucano a presidente marcou visita à terra de Itamar. Na primeira o mensageiro de Aécio pretextou estar viajando, na segunda acharam melhor Arruda Serra não aparecer e Marina nadou de braçadas.

Em várias oportunidades Itamar foi chamado de “provinciano” tanto por Arruda Serra, como por FHC. Insinuado seu nome para vice do tucano, diante da negativa de Aécio, foi vetado pela cúpula paulista do partido.

Nos dois dias seguintes ao domingo, três de outubro, sem qualquer pudor, sem respeito por nada, seus eleitores, o que disse, ou seja, sua própria palavra, apareceu lampeiro ao lado de Arruda Serra defendendo FHC.

Aécio veio em seguida, assim que o menino de recados entregou a mensagem a Arruda Serra.

É esse tipo de gente que quer governar o Brasil.

É esse o tal compromisso de Aécio com “Minas e os mineiros”.

É essa a dimensão política de Itamar Franco. Deve ter aprendido com Roberto Freire, sinecura de doze mil por mês.

FHC, num dado momento da disputa entre Arruda Serra e Aécio disse que o mineiro precisava aprender a comer “virado paulista”. Em tom irônico, com Aécio já “baleado” pela acusação de ser usuário de drogas.

Não foi preciso muito tempo para que senador eleito por Minas caísse de quatro diante do tal virado e entregasse, como entregou, a cabeça de Minas e dos mineiros ao tucanato paulista.

Será que ele é neto de Tancredo mesmo? Sei lá, tenho dúvidas.