domingo, 1 de agosto de 2010

Editorial da redecastorphoto em 31 de julho de 2010

Logo após este Editorial nossos correspondentes podem ler artigo originalmente publicado no Der Spiegel, revista alemã, que a Folha de São Paulo, não por acaso, se apressou em traduzir.


Trata-se de claro, didático e clássico exemplo do LIXO “porcalístico” de empulhação do tipo “uma mão suja a outra” em que ambas as mãos, perdão, - publicações DETONAM qualquer senso crítico progressista que porventura exista nos leitores.


Pode-se ver (ler) claramente o tipo de discurso dos que pretendem estar “noticiando” que o vazamento dos documentos secretos sobre a guerra do Afeganistão pela página Wikileaks semana passada, teria “atrapalhado” qualquer solução possível para a guerra. Como se o porcalismo praticado pelo DS & FSP algum dia tivesse trabalhado em prol de alguma outra solução para a guerra que não fosse a trituração de toda e qualquer resistência e a rendição TOTAL dos afegãos aos exércitos invasores dos EUA/OTAN!


O discurso abaixo visa “demonstrar”, no seu subtexto, que a guerra que o porcalismo que o DS & FSP INVENTOU é mais palatável ao leitor que a uma guerra REAL que os documentos mostram. E mais; que a INVENÇÃO do DS & FSP seria mais “útil” com vistas a uma eventual paz... Argumentam que a opinião pública passou de um “euforismo” (de antes do vazamento) para um “derrotismo” (após o vazamento). e isso não contribui para qualquer “boa” solução.


Esse é também o argumento de TODO o porcalismo brasileiro e internacional ocidental, principalmente... Esse argumento é , além de porcalístico, salafrário.


Ninguém paga para ler jornais para ser empurrado para alguma posição que pareça a alguém ser “mais adequada” -- e nunca se diz "adequada" a que finalidade, nem por quais critérios, nem adequada ao quê ou por quê!


Se o pessimismo induzido pelo vazamento não for o “climat de opinion” considerado ideal para que o porcalismo prossiga em sua missão de engambelar os leitores, MUITO menos interessa a alguém o “climat de opinion” triunfalista induzido pelo porcalismo.


Contudo, observem: que o “argumento” de DS, ao qual adere a FSP, é apresentado como “bom-senso”, como “bem informado”, como “ilustrado”. E não é: é argumento fascistizante e mentiroso.


Se nos for dado escolher viver apenas com as informações que vazam CONTRA o porcalismo ocidental, e sem JAMAIS eu conhecer opiniões de DS & FSP, do Estadão, ou da Rede Globo ou de qualquer empresa PORCALÍSTICA de opinião, mil vezes preferiríamos viver só de vazamentos.

Por menos que os vazamentos sejam prova-provada de seja lá o que for, sempre NÃO TERÃO SIDO filtrados pela cabeça de algum friazinho, de algum williamwaack, de algum bonner, de alguma danuza, eliane ou jabores et allii.


NINGUÉM PRECISA DO PORCALISMO.


Se o porcalismo fosse empreitada democratizante e/ou democratizada, as empresas seriam jornalísticas e publicariam os MILHÕES de cartas do leitor.


"Não dá"... Ora! É claro que não dá! O porcalismo NÃO EXISTE para publicar opinião dos leitores. O porcalismo só existe para publicar opinião “do pornal” ou “do porcalista” ou “do “especialeiro”...


Quem precisa de opinião "do pornal", se o pornal é empresa e empresa só visa ao lucro?


Quem precisa de opinião "do porcalista", se o porcalista só pode ou ter lado ou ser neutro, e neutro não pode ser, é claro, e se tivesse do NOSSO LADO, não publicaria em grandes empresas de porcalismo? Quem precisa de opinião "do especialeiro", se o “especialeiro” é ex-embaixador empregado da Fiesp? Que especialeirismo é esse? É o mesmo especialeirismo do porcalismo. E nenhum deles manifesta o NOSSO VOTO.


NINGUÉM PRECISA DO PORCALISMO.


Ponto. Parágrafo. Não leia pornais brasileiros. Desligue a TV. O mundo do JORNALISMO acabou. Ficou o PORCALISMO.


Se, como nós, você não gosta da mídia porcalística? Pare de reclamar da mídia e seja a sua própria mídia. Faça sua “pauta” e aja...


Leia aí o que a Der Spiegel & Folha de SãoPaulo querem que você pense. Resista.


Pense o contrário. Só a luta ensina.

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31/07/2010 -- As consequências de uma "retirada conceitual" do Afeganistão

Após a publicação pelo WikiLeaks de documentos confidenciais militares, a pressão sobre os países ocidentais para se retirarem do Afeganistão tornou-se ainda maior. Mas prazos de transição pouco realistas têm repercussões danosas, argumenta Andrew Small, do Fundo Marshall Alemão.

“Mudamos de uma narrativa, que durou anos, que dizia que tudo estava bem quando não estava, para uma narrativa que diz que tudo vai mal quando não vai.”

Este lamento de uma autoridade que, como outras citadas neste artigo, não falou por atribuição do cargo, resumiu as frustrações de muitos em Cabul sobre a crescente desconexão entre os cronogramas políticos dentro e fora do país. A preocupação não é apenas que vários prazos de transição não são realistas, mas que sua própria existência estejam criando pressões que os tornam ainda mais difíceis de alcançar.

Após a publicação pelo WikiLeaks no último final de semana de mais de 90.000 documentos secretos militares que pintam um quadro negro da guerra, tornou-se ainda mais difícil argumentar que há de fato boas notícias saindo do Afeganistão. Mas uma coisa todos concordaram na Conferência de Cabul na semana passada: o próprio fato do evento ter ocorrido é um tremendo sucesso.

A maior reunião de líderes estrangeiros no Afeganistão em 30 anos transcorreu sem incidentes sérios de segurança. Quarenta ministros estrangeiros vieram do exterior para assinar projetos que vão canalizar ao menos 50% da ajuda ao desenvolvimento pelo orçamento central do governo e transferir a responsabilidade de segurança para as Forças de Segurança Nacional Afegãs até o final de 2014. Para Karzai, constituiu a mais evidente mostra do endosso internacional desde as eleições presidenciais controversas do ano passado. Um alto diplomata ocidental –crítico do presidente- descreveu-o como mais confiante, mais envolvido e mais disposto a assumir responsabilidades que antes evitava.

Ambiente pessimista

Ainda assim, as opiniões em Cabul em geral continuam pessimistas. Isso se deve em parte a antigas razões: uma situação terrível de segurança; a falta de progresso na redução da ampla corrupção; dúvidas sobre a capacidade do governo de estender a presença da lei em todo o país, independentemente do sucesso dos esforços militares norte-americanos; e profundas preocupações com a velocidade com a qual as forças afegãs podem ser estabelecidas. Esses problemas devem se somar durante as eleições parlamentares em setembro.

O novo temor é que, enquanto a batalha prossegue no país, talvez já tenha sido perdida nas capitais ocidentais. Como disse um diplomata asiático: “O teatro agora é em Washington, DC, não no Afeganistão; já houve uma retirada conceitual.”

Isso não quer dizer que haja a expectativa de uma importante retirada militar. Um analista de segurança afegão argumentou, como muitos outros: “As pessoas cada vez menos acreditam que os EUA vão partir tão cedo... no mínimo, as cinco principais bases ficarão”. Em vez disso, o temor é com a corrida coletiva dos governos para evitar a responsabilidade política: as capitais agora buscam uma narrativa para justificar a retirada, em vez de buscar a melhor solução possível, dadas as circunstâncias.

Nem todas as consequências da redução de prazos são ruins. As datas de partida estão ajudando a forçar o ritmo em certas questões. Alguns diplomatas que não acreditam que as forças de segurança afegãs estarão prontas até 2014 alegam que o esforço para cumprir o compromisso ao menos acelerará o processo. E os defensores da reconciliação estão contentes que agora há um consenso internacional por trás do princípio, mesmo que tenha acontecido como resultado de desespero e não de convicção.

Repercussões danosas

Ainda assim, a maior parte das pessoas observa as repercussões nocivas da atual ênfase nos prazos limites. Se a sugestão de retirada a partir de julho de 2011 deu ao Taleban um sabor de vitória, as ramificações políticas e diplomáticas mais amplas da nova dinâmica de retirada são igualmente graves. A corrupção deve piorar. Como disse um assessor político afegão: “A postura dos ministérios é: se as pessoas vão partir em dois anos, vamos fazer dinheiro enquanto tivermos tempo.”

Há ainda mais ansiedade com os riscos de um esforço abertamente apressado de reconciliação, no qual tantas esperanças agora estão sendo atreladas. “Devemos tentar trabalhar seriamente, mas em vez disso a opinião que surge é que a melhor coisa seria um acordo costurado pelo Paquistão... o Taleban e o Paquistão só vão precisar produzir a ilusão de paz no momento certo, e mesmo isso terá um preço alto”, disse um ex-diplomata ocidental. Essa dinâmica pode até ser reforçada pelos documentos do WikiLeaks. Autoridades afegãs em Cabul sugeriram que a tarefa de “vender” a reconciliação internamente foi dificultada depois que relatórios causaram a impressão que o principal acordo a ser fechado é com Islamabad.

Esses observadores têm poucas ilusões sobre o que o Ocidente ainda pode alcançar no Afeganistão; de fato, muitos deles assumiram uma postura consistentemente questionadora dos objetivos mais ambiciosos do governo americano. Mas há um consenso impressionante em todo o espectro de opiniões: que o atual ciclo de expectativas implausíveis, desapontamentos destruidores e prazos que encurtam constantemente está tornando difícil até mesmo um conjunto de objetivos mais modesto.

Andrew Small é titular do programa da Ásia do Fundo Marshall alemão em Bruxelas. Este artigo foi primeiramente publicado no blog do fundo.